Marta, a renomada jogadora brasileira de futebol, pode ter concedido sua última coletiva de imprensa em uma Copa do Mundo. Aos 37 anos, a atacante brasileira se emocionou ao comentar sobre o legado que está deixando no futebol feminino. A entrevista, realizada ao lado da técnica Pia Sundhage, ocorreu na madrugada desta terça-feira (horário de Brasília), às vésperas da partida decisiva do Brasil contra a Jamaica. Em terceiro lugar no Grupo F, a seleção brasileira precisa vencer para se classificar para as oitavas de final. O jogo está agendado para quarta-feira, dia 2, às 6h (horário de Mato Grosso). Até o momento, o Brasil venceu o Panamá e perdeu para a França.
Com emoção e sinceridade, Marta falou sobre a importância de ter se tornado uma referência no futebol feminino e como isso inspira as futuras gerações de jogadoras. “Eu não costumo pensar na Marta. Sabe o que é incrível? Eu não tinha uma ‘ídola’ no futebol feminino. A imprensa não dava visibilidade ao futebol feminino. Como eu poderia entender que poderia me tornar uma jogadora de futebol e chegar à seleção sem ter um exemplo a seguir?”, questionou. “Hoje em dia, quando saímos na rua, os pais dizem: ‘Minha filha quer ser igual a você’. Hoje temos nossas próprias referências. Isso não teria acontecido sem superar obstáculos. É uma persistência contínua. Nós pedimos muito para que nossa geração continue nessa trajetória.”
A atmosfera emocional foi compartilhada por boa parte dos presentes na coletiva de imprensa, que também se emocionaram durante o discurso tocante da atacante brasileira. “Há 20 anos, em 2003, ninguém conhecia a Marta. Em 2022, nos tornamos referência para o mundo inteiro. Não apenas no futebol, mas também no jornalismo. Hoje, vemos mulheres aqui, algo que não existia antes. Nós abrimos portas para a igualdade”, afirmou.
Porém, a atmosfera mudou quando as perguntas começaram a abordar o confronto decisivo contra a Jamaica. Com determinação, a camisa 10 assegurou que o Brasil sairá vitorioso do jogo. “Estou tão focada na partida que não parei para pensar que esta poderia ser minha última coletiva em uma Copa do Mundo, porque não será. Estou confiante e acredito que vamos continuar na competição.”
Indagada sobre a possibilidade de atuar como titular, Marta não escondeu seu desejo. Até então, a atacante foi reserva nas duas partidas da fase de grupos. “Estou preparada para jogar, não sei quantos minutos, isso fica a critério da treinadora”, disse, olhando para Pia Sundhage. “Mas se tiver que jogar os 90 minutos, jogarei o tempo todo. Se precisar jogar alguns minutos, jogarei alguns minutos. Estou bem, treinando normalmente. Nada me impede de entrar em campo e jogar o tempo inteiro. Não sei se conseguirei jogar os 90 minutos, mas lutarei para fazê-lo se ela decidir me colocar em campo. Estou bem e preparada.”
Marta não escondeu o favoritismo do Brasil, mas enfatizou a importância de respeitar o adversário. “Cada jogo é diferente, o favorito nem sempre vence. Temos que respeitar o adversário, independentemente de quem esteja do outro lado. Somos 11 contra 11. Nunca vi alguém jogar com 12 ou 13. Precisamos mostrar nosso futebol dentro de campo para nos sentirmos confortáveis nessa situação. Antes de a bola rolar, somos todos iguais. Quando ela começar a rolar, precisamos mostrar nosso futebol. Isso dependerá do nosso desempenho, até o momento, nada está definido.”
Fonte: Olho no Esporte MT